14 de setembro de 2008

Prefeitura proíbe coveiro de trabalhar aos finais de semana

Os cidadãos de Lagoinha, pequena cidade a 165 quilômetros de São Paulo, que morrerem aos finais de semana terão que esperar até segunda-feira para ser enterrados. Em um comunicado oficial, a prefeitura proibiu, desde 21 de agosto, que o único coveiro da cidade, Francisco de Assis Soares, faça horas extras e trabalhe aos sábados, domingos e feriados.

A medida provocou a revolta do coveiro, que há quase três anos trabalha no cemitério e também da população de cerca de 6 mil habitantes, que agora tem medo de morrer aos finais de semana.

De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos do município, a prefeitura suspendeu os plantões do coveiro e do assistente dele para não pagar horas extras. Indignado, o coveiro concursado, que ganha um salário mínimo por mês, fez um levantamento e constatou que as mortes ocorrem sim aos sábados e domingos. "Não tem como prever isso. E se alguém morrer, como fazemos? Não é qualquer um que pode enterrar. Prestei concurso pra isso, tem técnica, não é assim que funciona".

Segundo Daniel Ramos, presidente do sindicato, a falta de pagamento de horas extras por parte da administração municipal obrigou a entidade a mover uma ação contra a prefeitura. A Justiça do Trabalho então obrigou a prefeitura a fazer o pagamento. "Foi depois disso que eles mandaram o comunicado. Um absurdo".

O prefeito José Galvão da Rocha confirmou a ordem, mas negou ter impedido que as pessoas morram aos finais de semana. "Posso garantir que se houver alguma morte as pessoas serão enterradas sim, e que se for preciso até eu faço o enterro" comentou.

Fonte: Estadão

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(Issac Newton)

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