11 de fevereiro de 2009

Substância usada em tatuagens de hena pode provocar alergia e manchas


Novela das oito sempre inspira manias e modismos. Desta vez, o motivo é a Índia, que tem feito muitas mulheres adotarem o vestuário e a maquiagem típicos. As tatuagens de hena, que já eram comuns nas praias, em micaretas e em algumas clínicas de tatuadores, agora fazem ainda mais sucesso. Apesar de ser temporária - os pigmentos desaparecem após alguns banhos -, a pintura não é inócua: pode provocar reações alérgicas bem desagradáveis em algumas pessoas.

O problema associado à hena em geral ocorre porque alguns tatuadores adicionam um agente chamado parafenilenodiamina à tintura, para deixá-la negra e facilitar a secagem. "É um agente que costuma causar alergias conhecidas, como de tintas de cabelo, do couro, de impressão, de fotografias e da borracha vulcanizada", explica a especialista em cosmiatria e pesquisadora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Érica Monteiro.


A reação, chamada dermatite alérgica, começa com coceira, vermelhidão e calor local, podendo ocorrer a elevação do relevo no desenho da tatuagem. A intensidade pode variar de leve a intensa, inclusive com a formação de bolhas. Os sintomas podem desaparecer espontaneamente depois que a tatuagem sai, mas quase sempre é preciso procurar o médico e tratar a área afetada com cremes anti-inflamatórios e antialérgicos.

"Algumas pessoas, principalmente as morenas, podem ficar com manchas mais claras que a pele por algum tempo", acrescenta, ainda, a especialista.

No Brasil, de acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não há regulamentação para uso de hena em tatuagens, apenas em tinturas para cabelo.

Em 2005, a Prefeitura de Porto Seguro, na Bahia, proibiu a aplicação de tatuagens temporárias na cidade, após várias pessoas terem buscado atendimento em postos de saúde com irritações ou manchas na pele.

A tatuadora e artista plástica Rosana Araújo, que está ajudando na caracterização dos personagens da novela "Caminho das Índias", esclarece que a hena natural, cujo nome científico é Lawsonia inermis, pode ser usada praticamente sem restrições, até mesmo por gestantes e crianças.

"A contraindicação é para quem sofre de deficiência da enzima G6PD, hiperbilirrubinemia e outras doenças doenças do sistema imune ou hematológico", avisa. Nesse caso, pode haver alergia, falta de ar e queda de pressão. "Mas tais doenças são raríssimas e normalmente as pessoas sabem quando as têm", diz.

A dica, portanto, seria a pessoa se informar sobre o produto utilizado antes de fazer a tatuagem temporária e desconfiar quando a tintura for muito escura, já que a hena natural tem uma cor marrom-avermelhada. Mas, como lembra a dermatologista, há quem tenha alergia a produtos naturais também. Ou seja: por via das dúvidas, faça o teste.


Tatiana Pronin Do UOL Ciência e Saúde

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(Issac Newton)

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